Nos últimos anos tivemos dois casos famosos de artistas que utilizaram a Bossa nova em composições, são elas, Anitta e Billie Eilish. Vamos analisar e entender como elas se utilizaram do gênero nas músicas “Girl From Rio” (Anitta) e “Billie Bossa nova” (Billie Eilish).
O que é a Bossa Nova?
A Bossa Nova é um gênero musical brasileiro que herdou em sua maior parte elementos do Jazz e Samba para a sua construção musical. Uma grande característica que a distingue de outros gêneros é a complexa síncope em sua estrutura rítmica. Esse conceito se dá quando a acentuação é deslocada do tempo da música, quebrando o padrão e criando a sensação de imprevisibilidade. Essa aparência de estar fora do tempo gera o sentimento de surpresa e os ouvintes são mantidos em estado de atenção, antecipação e envolvimento emocional. Além disso, a batida de violão e o clima mais intimista da interpretação vocal combinam perfeitamente a esses acentos rítmicos da síncope. Dessa forma, cria-se esse estilo musical único que foi extremamente revolucionário para o cenário mundial da música nas décadas de 1950 e 60.
A partir daqui, podemos entender e avaliar melhor o uso da Bossa Nova nas composições de Anitta e Billie Eilish. O parágrafo anterior foi informativo, a partir de agora trata-se da minha opinião (Gabriel de Campos).
Girl From Rio - Anitta
Em 2021, em mais uma tentativa desesperada de fazer sucesso internacional, a cantora Anitta investiu no single “Girl From Rio”, que usa como base o sample de “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Essa utilização não viola as leis de direitos autorais, pois os herdeiros dos direitos da canção original autorizaram Anitta e os produtores Stargate a fazerem essa horrenda composição. Não sei o que é pior. A Anitta plagiar Garota de Ipanema ou permitirem que ela gravasse essa insulta à música brasileira. Tenho pena de Tom e Vinícius…
Os herdeiros da obra devem ter negociado alguns milhões de dólares para que Anitta fizesse esse terror em cima de uma música tão maravilhosa que é a Garota de Ipanema. Uma espécie de pop/trap que se diz exaltar o “verdadeiro Rio de Janeiro”, mas que na verdade só revela a pobreza musical da cantora, com uma letra paupérrima e abuso de efeitos de correção de voz.
Além disso, tem o tosco clipe milionário que, como sempre, a Anitta mostra a bunda incontáveis vezes implorando pela sua atenção. Estranho seria se fosse diferente, não é mesmo?
No final das contas o single foi um grande fiasco e só será visto como mais uma das inúmeras tentativas frustradas da convencida Anitta de se colocar em um ponto de notoriedade mínima no cenário da música global.
Billie Bossa Nova
Billie Eilish é outra que tentou crescer em cima do gênero e fez de tudo, menos Bossa Nova. Billie Eilish disse que a Bossa Nova é um dos seus gêneros musicais favoritos e que, mais uma vez, a pobre coitada canção “Garota de Ipanema” foi sua grande inspiração. Segundo ela, a ideia veio quando seu irmão, Finneas, fez uma gravação de violão para a cantora e a chamou de “Billie Bossa Nova” ( que de Bossa Nova não tem nada). Depois eles se reuniram para gravar a música e mais uma vez o gênero foi assassinado. Finneas compôs um trecho curto de violão que é tocado em looping durante toda a música e, é claro, uma percussão cafona foi implementada para assim destruir de vez aquilo que seria a Bossa Nova.
Na parte vocal, a cantora é conhecida por cantar baixo, sem elevar a voz. E aparentemente ela pensou que o seu sussurro era perfeito para a Bossa Nova. Para piorar, encheu a voz de efeitos, tanto de correção como de ambientação e assim criou-se a tal “Billie Bossa Nova”. Na verdade, é uma estratégia da cantora de cativar o público brasileiro que é o seu segundo maior no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso deu certo, os fãs brasileiros se sentiram representados por essa bobagem e lotaram os festivais por onde ela passou.