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Robert Johnson, o Blues Man que vendeu sua alma ao Diabo

Sem talento, castigado desde o dia em que veio ao mundo e o sonho de se tornar uma estrela do Blues, Robert Johnson tomou a decisão mais importante de sua vida. Ele sumiu por um ano, ninguém sabia por onde andava. Foi no meio de uma deserta encruzilhada, que Johnson ajoelhou-se com sua guitarra barata nas costas e ofereceu sua alma ao Satanás em troca da grandeza musical. Um ano após o pacto, ele ficou conhecido como o rei do Delta Blues, uma figura de grande destaque na história do gênero, um dos nomes mais importantes para o surgimento do Rock & Roll. Até que o preço do acordo com o Demo precisou ser pago.

Robert Johnson Diabo
Imagem: Reprodução/Decider.com

Robert Johnson foi um homem que enfrentou muitas dificuldades em sua vida. Nascido no campo, sem nenhum registro, o que se especula é uma data de nascimento em maio de 1911. Uma vida de segregação e instabilidade, sempre fugindo de perseguição com sua mãe e padrastos pelas cidades do sul dos Estados Unidos. Apesar de não haver registros que comprovem isso, acredita-se que sua educação e paixão pela música veio na infância ao passar pela cidade de Memphis. Ao final de sua juventude, sua mãe casou-se e o garoto passou a morar em uma fazenda. Ele não concordava com o destino de agricultor que o aguardava, queria viver do Blues, isso lhe custou várias surras de seu padrasto.


O rapaz não possuía grande talento para a música. Nos fins de semana, vagava pelos bares em busca de algum homem endinheirado que financiaria sua carreira e o inserisse no meio musical. Até que conheceu Virginia Travis, uma garota vinda de uma família bastante religiosa que insistiu que Robert Johnson deixasse sua guitarra e o Blues para que eles pudessem se casar. Ela engravidou e aos 18 anos Johnson estava a duas semanas do parto de seu filho. Virginia viajou à casa de sua avó, onde daria à luz.


Estas duas semanas foram sua despedida do Blues, ele tocou por algumas ruas e bares para que quando Virginia retornasse, sua dedicação fosse exclusivamente em ser um homem de família. Mas a vida o espancou novamente, ao invés da criança com a mãe, o que chegou a ele foi a trágica notícia de que ambos não haviam resistido ao parto. Para piorar, a família de sua esposa o culpou pelo desastre, alegando que sua afeição pela “música do Diabo” foi a causa das mortes.

Robert Johnson
Imagem: Reprodução/Far Out Magazine

O garoto havia fugido da fazenda em que vivia com sua mãe e padrasto para construir uma vida ao lado de sua família. Agora estava sem ninguém, restava-lhe seu velho companheiro, o Delta Blues. A crise de 1929 prejudicou ainda mais suas pobres apresentações, as pessoas não tinham dinheiro sequer para o dízimo da igreja, quem dirá para jogar no chapéu de Robert em suas apresentações de rua. Por muito tempo ele esteve presente nas ruas e bares de Robinsonville, trabalhando pelo jantar de cada dia, até que de repente o rapaz desapareceu.


A lenda diz que este sumiço marcou o seu encontro com o Demônio. Mas a história por trás da lenda não é bem assim. Johnson voltou para casa em Hazlehurst e por lá se juntou ao velho amigo Ike Zimmerman, que era um guitarrista local. Ike lhe ensinou o segredo para aprender o Blues, sem que fosse necessário vender sua alma ao Diabo (mas a estratégia não passava muito longe disso). Ele levou Robert ao cemitério todas as noites, pois lá ninguém reclamaria de seu som e os espíritos o ajudariam a polir o seu dedilhado. O que para muitos foi uma transformação sobrenatural, na verdade foi fruto de muito treino e esforço. A história da encruzilhada, se dá pelo fato dos inúmeros encontros entre estradas no caminho de Robinsonville à Hazlehurst.



Robert Johnson, após um ano de sumiço, voltou à Robinsonville como nunca antes foi visto. Seu sucesso o coroou como O Rei do Delta Blues. Apenas 29 músicas foram gravadas (“Me and the Devil Blues”, “Crossroads Blues”, “Love In Vain”...) sua fama era maior a cada dia. Mas a falta de uma base sólida em sua criação, foi o "Diabo de sua vida". Foi o que lhe puxou pelo pé em seu auge e o fez um dos primeiros integrantes do Clube dos 27. Em 1938, o consumo exagerado de álcool tirou a oportunidade de Robert Johnson crescer ainda mais, o rei do Delta Blues faleceu.


Robert Johnson
Imagem: Reprodução/Wikipedia

A lenda da encruzilhada combina com a “vida amaldiçoada” que Robert Johnson possuía. Uma infância sem estabilidade, surras do padrasto, a perda de sua esposa e filho e a grande dificuldade de prosperar como músico em meio a uma crise econômica bastante severa. A persistência e o amor pelo Blues fizeram com que o misterioso Robert Johnson, que possui apenas três registros fotográficos, escrevesse seu nome na história do Blues.



Referências: faroutmagazine.co.uk e ig.ft.com

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